ações desabam mais de 15% após resultado; o que frustrou tanto?

As ações da Usiminas (USIM5) desabam mais de 15% após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24): às 10h40 (horário de Brasília), os ativos caíam 15,94%, a R$ 6,96.
A siderúrgica encerrou o segundo trimestre de 2024 com prejuízo líquido de R$ 100 milhões, revertendo assim o lucro de R$ 287 milhões apurado no mesmo período de 2023 e o lucro R$ 36 milhões do primeiro trimestre do ano.
De acordo com a Usiminas, o prejuízo líquido foi decorrente da piora do resultado operacional, além do efeito da desvalorização do real frente ao dólar na dívida. O efeito, acrescenta a empresa, foi parcialmente compensado por efeitos não recorrentes que totalizaram R$ 77 milhões positivos, afetando tanto o desempenho operacional quanto financeiro.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação) ajustado da Usiminas somou R$ 247 milhões, valor 33% menor ante o segundo trimestre de 2023. A margem Ebitda ajustada foi de 4%, frente aos 5% registrados um ano antes.
A receita líquida da Usiminas caiu 8% no comparativo anual, chegando a R$ 6,350 bilhões. No comparativo trimestral, contudo, houve avanço de 2%. Segundo a companhia, o aumento foi decorrente da receita líquida apurada pela unidade de mineração, que apresentou elevação de 16% no período e foi impactada positivamente pelos mecanismos de precificação e câmbio, apesar da queda de 10% nos preços de referência da Platts para o minério de ferro.
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O capex totalizou R$ 231 milhões no segundo trimestre de 2024, valor 74% menor ante igual período do ano anterior e 14% inferior na comparação trimestral.
O caixa consolidado da Usiminas somou R$ 5,605 bilhões ao final do período, 13% superior ante um ano e 2% menor comparado ao trimestre anterior. O fluxo de caixa, por sua vez, foi de R$ 150 milhões.
De acordo com o Bradesco BBI, o destaque negativo ficou para o Ebitda ajustado, que ficou 22% abaixo do consenso e 34% abaixo da projeção do mercado. A diferença em relação ao modelo é explicada principalmente pelos resultados mais fracos do que o esperado em sua divisão de aço.
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“Observamos que os preços e despesas realizados do aço no trimestre foram piores do que nossas expectativas. Também observamos que os preços realizados do aço caíram 1% no trimestre no 2T24. Quanto à sua divisão de mineração, o Ebitda se recuperou 84% na base trimestral para R$ 153 milhões no trimestre, impulsionado por preços realizados mais fortes (+17% na base trimestral) e volumes ligeiramente melhores”, avaliam os analistas.
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Para o 3T24, a Usiminas está com guidance para um Ebitda trimestral mais alto em sua divisão de aço, impulsionado principalmente por volumes/preços mais fortes e custos mais baixos (já que menores custos de matéria-prima e ganhos de eficiência podem compensar o real mais fraco).
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O BBI apontou que, embora já esperasse uma reação negativa do mercado a esses resultados, acredita que todos os olhos estarão voltados para o tom da gerência durante a teleconferência – já que a magnitude das melhorias trimestrais mencionadas no guidance da empresa ainda não está clara. O banco tem recomendação outperform (desempenho acima da média, equivalente à compra) e continua esperando que seu momentum de lucros acelere no segundo semestre.
(com Estadão Conteúdo)